quinta-feira, 24 de julho de 2008

Adeus


Ele era laranja e grande. Grande mesmo! Uns 20 centímetros mais ou menos, e devia pesar quase um quilo. Não tenho certeza, nunca peguei ele na mão, mas o Marcelo disse que ele era pesado!Minha mãe dizia que ele era feio, mas eu achava ele lindo. E fofo. Ele dava beijo. Era só se aproximar do vidro que ele grudava os lábios em você. E apesar de dizerem que é impossível, tenho certeza que quando eu chegava em casa e gritava: David, mamãe chegou!, ele nada para o canto que dava visão para a porta. Corria para me ver.


Eu amava ele. E, embora muita gente ache que não dá para amar um peixe, eu amava esse peixe. Ele não era meu originalmente. Veio no “pacotão do casamento”, mas eu já o amava antes de casar.


Lembro muito bem da primeira vez que o vi. Eu estava no trabalho, e o Marcelo em casa. Nessa época acho que ele nem sabia ainda o quanto eu gostava dele. E eu não conhecia muito sobre ele não. Conhecia apenas o garoto simpático, boa gente e engraçado que trabalhava comigo, que me enchia quando eu só comia batata-frita quando íamos em galera a algum barzinho e que topava fazer um “filme” de terror amador com uma câmera fotográfica, só para se divertir. Mas não sabia nada sobre a vida pessoal dele.


Nesse dia estávamos batendo papo pelo messenger e ele colocou a foto do bichinho em seu perfil e digitou: conhece meu peixe? E eu já achei ele lindo. Perguntei o nome e ele disse: não tem, escolhe você! David, em homenagem ao Beckham, e não é que ele deixou? Foi a primeira vez que me senti entrando na vida pessoal dele, e de alguma forma, fazendo diferença.


Alguns meses depois fui pela primeira vez na casa dele, e estava tão nervosa, que nem vi o gigante aquário de 200 litros na sala. Da segunda vez, mexer com o peixe foi uma maneira de disfarçar a timidez e, novamente, o nervosismo.
Durante o namoro, uma vez ele ficou muito doente. E eu chorei muito. Mas no fim, deu tudo certo.

Montamos nosso ap, fizemos um quarto laranja e lá colocamos o móvel do David. Nos primeiros meses de casada, ele me fez companhia. Todo dia de manhã eu acordava - o Marcelo já tinha saído para o trabalho - e eu ia lá conversar com ele. Nada me tira da cabeça que ele ficava feliz em me ver.


Mas o tempo foi passando e ele parou de comer. Mudamos a ração, compramos peixinhos e nada. Eu, que tinha aflição de tocá-lo, comecei a dar comida na boca dele. Ele pegava, mastigava e cuspia. Não comia. A preocupação começou a aumentar. Já eram 3 meses sem comer. O cara da loja dizia: é normal, eles ficam assim mesmo. E ele realmente parecia bem, mas secretamente eu tinha muito medo de um dia acordar e ele estar boiando no aquário.


Dito e efeito, um dia acordei e ele estava de lado. Mas estava vivo. Liguei chorando muito para o Marcelo e o pai dele foi trocar a água e disse que ele ficaria bem. Por uma semana ele apenas boiou de lado e aquilo me dava uma agonia, porque eu tinha certeza que ele estava sofrendo.


Perguntei milhares de vezes para o Marcelo se não havia um veterinário, qualquer lugar em que pudéssemos levá-lo, mas não tinha. Passei a não entrar no escritório, porque só chorava, e um dia nem abri a porta. Me senti ainda pior. Parecia que eu estava negligenciando ele no momento que ele mais precisava de mim.


Naquele dia, a noite, saí desesperada atrás de algo que eu pudesse fazer por ele. Achei um fórum em que algumas pessoas davam dicas do que fazer com peixes doentes. Havia diversos casos como o dele: problema na bexiga natatória. Implorei para um cara me ajudar e ele me disse o que eu devia fazer: trocá-lo de aquário e colocar um negócio chamado Sal de Epson na água, mas me preveniu que, apesar de dizerem que peixes-papagaios duram dez anos, ele nunca viu nenhum passar de 7, e o nosso já tinha 6.


Naquela noite, Marcelo e eu fomos atrás do treco, encontramos e o colocamos em um aquário-hospital. Sentei no chão (onde estava o aquário) e bati no vidro. O Marcelo disse que ele não estava controlando para onde nadava, mas ele veio, parou na minha frente e ficou ali, me olhando. Chorei, chorei, chorei e disse que ia fazer tudo o que podia para que ele melhorasse, ou para que sofresse menos.


O Marcelo me tirou de lá. No dia seguinte, ele ainda não havia melhorado, diminuindo minhas esperanças, já que no site tinham dito que esse tratamento poderia reverter o quadro em poucas horas. A noite recebemos uns amigos. Por volta das 22h entrei no escritório e me pareceu que ele estava mexendo a nadadeira mais lentamente. Às 3 horas o Marcelo me disse que ele morreu. Deitamos juntinhos na cama e ficamos os dois chorando até umas 5h.


De manhã fomos enterrá-lo na horta da minha mãe. Não podia simplesmente jogá-lo no lixo. Ele representava muito para mim. Ele foi o primeiro pedacinho que o Marcelo me mostrou da vida dele. Era como se, através dele, eu tivesse entrado na vida do cara que é o homem da minha vida.


Ele morreu na semana que o Théo veio morar com a gente. Parece que esperou termos algo para diminuir a dor. Não diminuiu. Ainda o amo demais e toda vez que olho para o lugar onde ficava o aquário sinto falta dele. Já se passaram dois meses e ainda me dá um nó na garganta pensar nele. Ele era um peixe muito bacana e eu vou sempre me lembrar dele!!!


PS: Escrevi esse texto baseada em um texto do Metro que li hoje e que me emocionou. Segue o texto (no post abaixo). E a foto do David!



Sentirei muita saudades do peixinho laranja :o(

O texto que me inspirou

Cães não ensinam nada a ninguém. Por mais que os
escritores de auto-ajuda vendam livros sobre como
seus mascotes viraram gurus – é o caso de “Marley
& Eu”, best-seller de John Grogan, e de tantos outros
títulos –, não consigo acreditar nessa balela. Ainda
não inventaram um filósofo canino como Quincas Borba, o
personagem de ficção de Machado de Assis. Os cães não
conseguem elaborar raciocínios complexos e, por isso, nada
podem auxiliar na formação de seus donos humanos – salvo
os autores de auto-ajuda.
Os cachorros são obtusos, simpáticos, abanam o rabo e
nada mais. O único problema é que a gente se apaixona por
eles e passa a tratá-los como membros da família. Fazem
parte da nossa história. Quem perdeu um amigo assim na
infância sabe o quanto dói. Eu só não contava com uma dor
igual agora, na maturidade.
Na segunda-feira, encontrei Nina estirada no piso da área
de serviço. Estava morta. Tinha 15 anos e sofria de câncer de
mama. Queríamos operá-la, mas, a conselho do veterinário,
achamos melhor não arriscar e deixá-la viver até o fim. Tentei
não me comover. Foi impossível. Na noite de
domingo, ela ainda havia abanado o rabo para mim,
embora estivesse sofrendo muito.
Nina era uma dachshund, um “salsicha” de pedigree.
Ganhei-a ainda filhote, em 1993, presente de um amigo
meu. Giulia, minha filha mais velha, tinha 1 ano quando ela
chegou ao apartamento. E foi uma festa. Viraram, claro,
grandes amigas: detonavam sofás, tapetes e o que estivesse
pela frente. Precisávamos dar um quintal para as duas. As
três, porque a Lorena já dava pontapés na barriga da minha
mulher. Fomos então morar numa casa, e nasceu a Lorena.
Nina deu um jeito de lamber o bebê no dia em que chegou
do hospital. E as três cresceram juntas. Há seis anos,
adotamos a Sissi, também salsicha, só que de cor clara.
Formou-se o quarteto das bagunceiras.
Mas o tempo corre, e é mais rápido e impiedoso
com os bichos. Enquanto minhas filhas ficaram
adolescentes, Nina enfrentava os problemas da
velhice… Andava devagar, tossia, não ouvia.
Giulia chorou várias vezes multiplicando a idade
de Nina por sete. Lorena agiu como enfermeira, e cuidou da
amiguinha o quanto pôde. Elas tiraram lições da
convivência? Claro, mas são menos lições dos animais do
que da vida: carinho, solidariedade, finitude…
Agora as meninas estão lá fora, em lágrimas. Felizmente
elas não seguiram a onda atual de descartar animais de
estimação. E decidimos enterrar Nina no quintal. Pelo
menos aqui em casa, o céu dos cachorros ainda existe

Por LUIS ANTONIO GIRON
jornalista e editor de Cultura da revista “Época”.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ser mãe


Sabe quando um casal pensa: hum, não estamos preparados para ter filhos, então vamos comprar um cachorro? Pois é, pára tudo!!! Como assim não tá pronto para ter filho e sim para um cão?Ok, algumas pessoas podem me xingar por esse post, mas aqui vai o que aprendi na prática: filho ou cão É TUDO A MESMA COISA!


Quero ver alguém dizer que não. Não deixo faltar nada para o Théo. Tiro a casca da mação porque ele prefere sem. Banana? Só em rodelas. Faltou grana? Vamos ficar sem comer pizza esse mês, mas não vamos dar só da ração barata né? Vacina? Tadinho, vamos tirar o dia para ficar com ele porque ele fica dolorido e manhoso…Ou seja, cuido dele igual cuidaria de um filho.


Mas você irá me dizer: é mas cachorro você deixa em casa sozinho, filho não! E eu respondo: não é bem assim, não.


Ontem, após mais de um ano sem ir ao cinema, Marcelo e eu ganhamos convites para uma pré-estréia do Batman, que eu estava doida para assistir. Em mês de vacas magras, onde pagar R$ 36 em dois ingressos, mais R$ 10 na pipoca e R$ 8 nos refrigerantes pesaria muito no bolso, aceitamos o brinde. Sessão das 20h30, no shopping Eldorado, muito perto do trabalho.O filme tem “apenas” 2h32 de duração.



Contando com a ação promocional antes da sessão, o longa (e bota longa nisso) acabou 23h40. Mas, desde das 22h, meu coração começou a bater forte, acelerar e ficar apertadinho: tadinho do peludice, tadinho do meu ursinho branco…ele tá em casa, sozinho, a noite…como sou má, vim me divertir e deixei ele lá, justo hoje que ele foi um cão bonzinho, dormiu o tempo todo, fez xixi e coco no lugar certo, deve estar achando que nós abandonamos ele, deve estar se perguntando o que ele fez de errado…Drama total, porque minha sogra mora no mesmo prédio que eu e o visita a cada 30 minutos…e meu sogro fica lá por horas, aliás, ficou até depois das 22h30.
Mas eu me martirizei até, e o Marcelo (pai coruja que é), também.


Decidido: agora só vou se ele for junto. Viagens: vai ter que ser em uma pousada que aceita animais. Cinema não pode? Vou esperar sair na locadora.



Simplesmente não dá para largar uma vida que depende de m
im, depende de nós, mesmo que ela seja peluda, tenha um nariz gelado e balance o bumbum quando me vê (e não estou falando do Marcelo não, hehehehe) PS: Batman é IN-CRÍ-VEL…não sei quem está melhor no filme: Christian Bale, Aaron Eckhart, Heather Ledger, Morgan Freeman, Gary Oldman, affffff bom demais!!!!

Por enquanto preferindo ser mãe apenas de cachorrinhos

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Cuidando da casa


Organizar, cuidar e gerenciar uma casa não é fácil. Ok, Marcelo me ajuda bastante e não tenho do que reclamar (que dizer, às vezes tenho), mas, não adianta, a maioria das coisas acaba ficando com a mulher mesmo.

Homem sabe o dia de trocar roupa de cama e de banho? Não. Homem usa o pano que limpou o cocô do cachorro para limpar a mesa de jantar? Sim. Homem entende que quando você diz: amor, centrifuga a bolsa que está de molho no tanque porque preciso dela amanhã, significa: amor, centrifuga a bolsa que está de molho no tanque, e COLOCA NO VARAL, AFINAL, ELA TEM QUE SECAR PARA EU USAR AMANHÃ? Definitivamente, não!


Além disso há aquelas situações: amor, não me deixa esquecer que precisamos de óregano? 30 minutos depois: amor, o que é mesmo que eu tinha que te lembrar? Ok, eu faço uma lista!

No nosso caso, sou eu ainda quem cuida do orçamento. Mas isso eu adoro (embora fique desesperada constantemente) e faço - modéstia a parte - bem feito, afinal sou uma jornalista de finanças, não é mesmo?

Ganhamos um salário médio: não nos permite grandes luxos, mas consigo poupar um poquinho mensalmente (pessoal façam isso, o INSS não vai dar conta dos 40 anos que você vai viver após se aposentar, você vai precisar ter uma reserva, confia em mim!).


Faço assim: logo que nossos salários caem (trabalhamos na mesma empresa, temos contas conjuntas, mas o dinheiro cai em contas separadas) junto tudo. De cara, jogo um pouco para a poupança (ele é o jornalista de investimentos e ainda não comprou ações) e já considero que não recebemos aquela quantia. Aí vou pagando contas, fazendo compras com o que restou e ponto. É aquilo que está na conta corrente que temos para gastar e mais nada.


Mas nem sempre dá para ser assim. Somos recém-casados. Ainda estamos decorando a casa (e qualquer coisinha é mega-caro) e temos vontades. Esse mês ele comprou uma jaqueta e eu uma calça. Não passou de R$ 150, mas já pesou :o(


Não posso reclamar, esse mês tivemos aumento, e nem esperávamos. Pouco, mas aumento. O duro é saber que o mês que vem você vai receber mais, sendo que precisava MUITO ter recebido mais ESTE mês.

Este mês temos que pagar doc do carro, multa, veterinário, ração e outras coisas não planejadas. Juro, não vai sobrar R$ 18 para eu repicar meu cabelo, é mole? Até o Théo pagou pelo aperto: a ração de R$ 35 o kilo foi trocada por uma de R$ 18,60. Só esse mês.Enfim, muitas vezes não é nada fácil. Mas ver que você está construindo uma família, aumentando ela, ver seu patrimônio começar a ganhar forma e ver que o arroz e o feijão tá garantido até os 109 anos (ainda não, mas estará), vale muito a pena!



Histórinha engraçada de recém-casada: antes de casar coloquei tudo o que ia ter de gasto mensal no papel, para ver se nossos salários dariam conta (como todo bom planejamento financeiro deve ser. Acessem: www.infomoney.com.br). No quesito comida e compras do mês pesquisei com 3 pessoas: minha mãe, uma amiga recém casada e uma amiga que mora com a mãe. Todas me garantiram que o valor gasto com isso não passaria de R$ 300. Ok, ótimo, cabia nos nossos bolso. Dia 12 de novembro (5 dias antes do casório) fui com ele e a sogra (minha mãe) fazer a primeira compra. Gastamos R$ 560. Comecei chorar ali, no caixa mesmo. Soluçava e falava para eles: nós vamos morrer de fome. No mês seguinte, já tendo uma idéia melhor da quantidade de coisas que consumimos por mês, o valor caiu para R$ 300 e tem se mantido assim. Não morreremos de fome, cabe no bolso! :o)

Vivendo, aprendendo e se divertindo com a nova fase. E curtindo muito!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fim de Semana


Será que existe alguém no mundo que não gosta de finais de semana? É, deve ter…aquelas pessoas que trabalham em pedágio ou que são pikachus de praia não devem gostar, afinal, eles trabalham (e muito) aos finais de semana.Fora eles, mesmo os que eventualmente trabalham no sábado e domingo (jornalistas como eu e meu marido, por exemplo) aguardam ansiosamente o final de semana. E esse, claro, é o nosso caso!


Mas não esperamos o final de semana para sairmos, passearmos, gandaiarmos, nada disso. Esperamos a sexta, o sábado e domingo para aproveitar esses dias de folga do nosso jeitinho: quietinhos, de boas, em casa!


Sempre acho que grande parte do amor que sentimos por outro e da decisão de termos casado vem do fato de sermos muito parecidos em um ponto: gostamos muito de ficar em casa. Para a gente, não há melhor lugar no mundo.


Quando não éramos casados, não tínhamos uma casa inteira para a gente, obviamente, e mesmo assim não saímos de casa. Ficávamos no quarto dele, vendo filme, comendo pizza, jogando videogame, conversando muito, namorando…mas isso de querer ficar em casa não tem nada a ver com putaria não. É só vontade de curtirmos nosso cantinho, nosso lugarzinho e nos curtimos.


Tanto que logo no início de namoro, no terceiro mês para ser mais exata, fizemos algo que eu considerei uma loucura: compramos um projetor. Eita aparelhinho caro: R$ 4 mil (que juntamos durante um ano). Mas era nossa chance de ter um cinema (nosso programa favorito) sem sair de casa (nosso programa mais favorito). Mas eu pensava: meu Deus, se esse namoro não ser certo (por mais que eu tivesse certeza que daria) o que faríamos com aquele treco?


Fato é que hoje temos nossa casa (um ap na verdade) e quase nunca queremos sair. Os amigos reclamam – muito – de nós: anti-sociais, velhos, cansados e preguiçosos é o que mais ouvimos. E somos mesmo! Quer dizer, mais ou menos…porque adoramos recebê-los. Eles estão sempre por lá. Convidamos para filmes, pizzas, festinhas, bate-papos..mas não nos chame para sair, você pode se decepcionar, hehehehe


Temos até uma rotininha que adoramos (embora muitos digam que as rotinas são o fim da união): sexta-feira comemos lanche de uma padaria específica que ele adora. Ele pede enquanto estou no caminho. Comemos e vou lavar a roupa (senão ela não seca até domingo a noite, quando passo).


Sábado é o dia que saímos, passeamos. Comemos fora e se temos algo para fazer (loja de construção, shopping, etc.) vamos no sábado. A noite quase sempre vai alguém lá jantar com a gente. Amigos, sogros (os meus), mais sogros (os dele), ou comemos uma pizza sozinhos (que me desculpem os convidados mas a-do-ra-mos).


E domingo é o dia de casarar. Nada de hora marcada, mas é o dia que tiramos para dormir até a hora que quisermos (quando o Théo deixa, claro). Faço almoço e ficamos a tarde toda na cama, vendo filme, TV, casarando, casarando e casarando (se é que me entendem). A noite comemos um lanchinho feito por mim ou um miojo, passo roupa, casaramos mais um pouquinho e vamos dormir, torcendo para que o próximo finde chegue logo!




Falta muito para a sexta-feira a noite?
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terça-feira, 1 de julho de 2008

O cão


Ter filhos ainda é uma situação um pouco nebulosa para nós. Às vezes queremos e às vezes achamos que não queremos. Já teve épocas em que o Marcelo falava disso e me arrepiava (negativamente, devo deixar claro) e já me peguei pensando em como seria bom ter um pedacinho dele dentro de mim, e dar à luz a uma pessoinha fofa que seria a mistura de nós dois e que seria o resultado físico do nosso amor.


Fato é que em uma coisa concordamos: se decidirmos tê-los será só daqui 7 anos.

Ok, talvez eu tenha uma idéia uma pouco romântica demais do mundo, mas eu queria ter filhos apenas quando pudesse trabalhar meio período, ou pudesse ficar na nossa linda casa no interior, vendo as crianças e os labradores correndo pelo gramado e escrevendo matérias para revistas incríveis - que é o que realmente gosto de fazer – enquanto papai ganha dinheiro indo e vindo todo dia de uma emissorinha que existe ali, próximo ao shopping Morumbi. (Que ele tem talento para isso, não tenho dúvidas. Não sei se conseguirei revistas interessadas nas baboseiras que escrevo, mas…)


Mas, como somos loucos, insanos e inconseqüentes, como pensaram - e até pronunciaram - a mãe e a tia dele (minhas sogras, porque na falta de uma, eu tenho duas! Vou para o céu sem parada, e se Madre Tereza ou Betinho ainda tiverem na fila para entrar, eles vão abrir passagem para eu passar na frente, confia em mim!) decidimos deixar de sermos apenas nós dois, contra o resto do mundo e compramos um cão :o)


Théo é o nome! Um lhasa apso de 3 meses, muito branco, muito peludo, muito ranzinza, às vezes anti-social, às vezes brincalhão até não querer mais. Do mesmo jeito que pula do meu colo em direção as avós ou a madrinha (minha prima Isabella) balançando o rabo até não querer mais, ele também se esconde na cozinha quando há visitas e o som de nossas vozes o atrapalha.


Ele me enche? Sim. Me irrita? Sim. Não deixa a gente dormir? Sim. Morde doído? Sim. Faz cocô onde não deve? Sim. Estraga nossas coisas? Sim. Tira a minha paz? Sim. Dá um gasto sem tamanho? Sim. Odeia tomar banho? Sim.


Mas não faz mal, hoje Marcelo e Eu já não conseguimos viver sem ele (aliás respondendo a essas perguntas me dei conta de que ele faz as mesmas coisas que o Marcelo, hahahahaha).
Sentimos saudades, ligamos para saber como ele está, e evitamos alguns programas de final de semana se não podemos levá-lo. Assim como ter filho, só quem também sabe a dor e a delícia de ter um bichinho desses em casa!



PS1: Abaixo fotos do Théo







PS2: Olha como serão nossos filhos. Feios desse jeito acho que a situação não é mais nebulosa: não vamos tê-los, hahahaha









E eu que só planejava ter dog depois dos 2 anos de casada…
 

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