terça-feira, 9 de setembro de 2008

Amor e luta livre


Em determinado momento do filme Noiva em Fuga, Richard Gere confronta Júlia Roberts dizendo que ela não tem personalidade. O argumento: em cada namoro que ela teve ela mudava a maneira como gostava seus ovos no café da manhã. Se o moço pedia ovos mexidos, ela também os queria assim; se os preferidos dele eram com pimenta, ela pedia no seu também e se o namorado da vez gostava de ovos “quati”, ela os bebia pela manhã.Não acho que isso seja falta de personalidade. Ao contrário, acho que é uma incrível capacidade que apenas alguns seres humanos têm: a de se abrir para o novo, estar disposto a experimentar e, quem sabe, mudar seus gostos, crenças e ideais. Se for para melhorar ou agregar coisas novas, que mal tem?


E graças a Deus, eu tenho essa capacidade! Não digo que mudei de gosto a cada namorado, mas cada pessoa que passou pela minha vida me trouxe coisas novas (ainda bem!). Amigos, colegas de trabalho e namorados me mostram coisas que eu não conhecia, mas foi o meu marido, quem me trouxe mundos diferentes.


Alguém aí sabe o que é um Sweet Chin Music? E o SummerSlam? Alguém aí sabe quem é Paul Levesque? Pois é, eu sei. Assim como sei usar a palavra concatenar, sei onde fica o Guaraú, sei quem inventou aquelas carteiras de um braço só que usamos na faculdade, sei quem é George Romero e que no Exorcista tem um monte de imagens subliminares.


O Marcelo me trouxe mundos completamente novos. Com ele aprendi novas palavras, novas culturas, novas músicas, novos nomes, novos lugares, novas antigas histórias…e algumas entraram em mim de tal forma que hoje são parte das coisas que eu gosto, e não mais parte das coisas que “faço” para agradá-lo.


E nesse quesito incluo a WWE - World Wrestling Entertainment. Lembro-me com muita nitidez da primeira vez que ele me falou sobre luta livre, ou melhor, mostrou. Trabalhávamos juntos, sentados lado a lado e ele me mostrou uma foto do Undertaker todo ensanguentado. Odiei aquilo. Óbvio, nenhuma menina (quer dizer deve haver algumas) gosta de luta e muito menos de ver as pessoas sangrando, não é?


A “luta livre” voltou a minha vida durante uma briga dele com a então noiva dele. Eu já o amava demais, ele já sabia, mas éramos apenas amigos. Eu estava no stand center qdo ele me disse que estava chateado porque eles haviam brigado. Eu, querendo agradar, sabendo que ele adorava o PS2 e luta livre decidi comprar um jogo do esporte para ele. Achei que era uma boa coisa, afinal, brigados ele teria tempo para ficar em casa, sozinho, jogando videogame e assim se distrairia. Fui na loja e falei: “moço qual o jogo mais novo que tem de luta livre?” Ele indicou um e eu comprei. Mal sabia eu que Pride FC nada tinha a ver com WWE. Mas ele foi simpático qdo entreguei o DVD para ele (embora tenha odiado), hehehehe


Mas qto mais fomos ficando próximos, mais eu fui conhecendo e, surpreendentemente, gostando. O Marcelo AMA isso. Mesmo. Desde pequeno. Se deixar, fica horas assistindo, lendo sobre, baixando novidades, vendo fotos…e, de verdade, não tem como amar ele e ignorar a WWE, mesmo porque acho que em uma disputa “ou esses caras malhados ou eu”, eu perderia fácil.


Prova master de qto ele gosta disso é o qto ele gasta com isso. Ele é todo receoso em gastar dinheiro, mas fica com os olhos brilhando a cada novo DVD comprado, nova box adquirida e agora, a cada action figure a mais, não importando que tudo isso é importado e custe vários reais. Não tem problema. É incrível vê-lo feliz.


Sem falar que eu mesma agora fico atrás dessas coisas. No começo era só para agradá-lo. Ficava procurando gente na internet que importasse os bonecos e dvds, e nunca achava. Fica frustradíssima de não
poder presenteá-lo com algo que ele gostava tanto. E que eu já gostava tanto. Que alegria quando meu irmão foi para os EUA e trouxe os primeiros bonequinhos de uma coleção que agora já é grande.



E que bom que o seu Silvio Santos resolveu passar WWE aqui. Por mais que tenha durado apenas 2 meses, foi a porta de entrada para que os produtos começassem a ser vendidos no Brasil e deixasse de ser uma dificuldade imensa adquirí-los. Nunca vou esquecer a vozinha emocionada dele me ligando do shopping e dizendo: “amor tem uma loja aqui que tem os bonecos, igual no meu sonho”, hehehehhe


E, se me falassem de luta livre há 3 anos, eu com certeza torceria o nariz. Hoje adoro, muito, a ponto de querer muito ir ver pessoalmente, nem que para isso seja necessário gastar US$ 10 mil. Vale a pena. E alguns sonhos não tem preço.


A coisa foi me conquistando qdo descobri que eles não lutavam de verdade. Que são todos atores muito bem preparados. Quando vi que o negócio é um mega espetáculo, super teatral e bem montado. Quando vi que as músicas eram legais, os caras engraçados (alguns até bonitos), quando descobri que os figurinos eram uma piada e que havia uma história. E aí descobri: aquilo era uma novela para homens, um seriado. Assim como sou louca por Gilmore Girls, ele é louco por WWE. Loucura que me conquistou. Claro, não fico horas assistindo. Mas assisto. Entro no site. Baixo música. Baixo vídeo. E cedi minha prateleira de livros para a coleção de bonecos dele.


Amar o Marcelo e não gostar de WWE é algo impossível. E eu o amo demais, demais, demais!



Abaixo, “A” coleção!




Não basta ser esposa, tem que participar!
 

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