sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Chegadas e despedidas



Na semana passada, mais precisamente no dia 07 de agosto, tivemos uma grande perda na família: a Kika, cachorrinha da minha mãe, que por 14 anos foi minha também (até eu casar e ter o meu próprio dog) morreu com problema nos rins e nos pâncreas, mas no fundo, foi de velhice mesmo. Afinal, 16 anos, são muitos anos para um dashund, o popular, salsichinha.



Obviamente, foi o maior chororô. Lá em casa, cachorros nunca foram tratados como cachorros. São membros da família, e assim, recebem a mesma atenção, cuidado, carinho e amor que temos uns com os outros. Minha mãe, de olhos fechados, gastou mais de R$ 1.500 para tentar mantê-la viva e para amenizar as dores que ela sentia. Na noite em que ela morreu, minha mãe e meu irmão ficaram a madrugada inteira ao lado dela, até que ela se foi. Segundo relatos da minha mãe, meu irmão teve que tomar calmante tarja preta para parar de chorar e conseguir trabalhar.


Eu chorei quietinha na minha casa, ao lado do Théo Antônio. E depois chorei dirigindo meu carro. Ela foi enterrada lá na horta da casa dos meus pais. Mas eu não quis ir ver. Quando soube que ela não duraria mais dois dias, comecei a pensar em todos os momentos que estivemos juntas.




Quando fomos comprá-la, ela era pequininha e a mais gordinha das irmãs. Quando chegamos em casa, descobrimos que toda aquela “fofura” era por causa de 14 enormes lombrigas que estavam dentro dela. Sim, esticadas, cada uma delas era maior que ela. Foram semanas levando-a de taxi, duas vezes ao dia, no veterinário para tomar glicose na veia. O veterinário tinha sérias dúvidas se ela sobreviveria. Sobreviveu, e foi uma das mais doces cachorras que tivemos: nunca roeu ou destruiu nada e nunca fez suas necessidades onde não devia. Nunca! No fim da vida ela voltou as idas diárias ao veterinário e a glicose na veia. Desta vez não adiantou...


Quando a compramos, eu tinha 13 anos (hoje tenho 29) e ela passou comigo o que considero a fase mais importante de uma pessoa: a adolescência. Porque tudo que importa acontece nessa época: é quando descobrimos o amor por alguém do sexo oposto (no meu caso pelo menos), quando formamos nosso caráter, quando decidimos quem e como queremos ser nessa vida, quando escolhemos nossa profissão..enfim, foi entre os 13 e os 25 anos que eu me tornei a pessoa que sou hoje, e ela esteve lá.


Me viu chorar deitada no chão do banheiro de madrugada quando tive uma grande decepção amorosa; me viu entrar em casa feliz após o primeiro beijo, me viu sair de beca para a formatura da 8a série, e de vestido preto para a formatura do colegial. Me viu conseguir o primeiro, o segundo, o terceiro e todos os empregos que tive até hoje. Me viu começar e terminar namoros. Presenciou as brigas com meu pai e a conquista – bem aos poucos – da minha liberdade. Me viu comemorar 15 aniversários com churrascos memoráveis (e pegou fogo em um deles, mas nada sofreu) e me viu sair de casa no dia do meu casamento, para voltar apenas esporadicamente durante a semana. Em minha última visita dei peito de frango na boca dela...ela já não comia com a voracidade de quando era filhote. Nem os chocolates – que como disse a Isabella – ela adorava tanto, ela comia mais.


Despedidas feitas, eis que minha mãe traz para casa uma trequinha de 15 cm chamada Lolly. É uma filhote fofa de yorkshire, sapeca, espoleta, que veio trazer alegria, onde havia tristeza.


E isso me faz pensar no ir e vir, nas chegas e partidas, nos encontros e nas despedidas. Amamos a Kika o máximo que pudemos, e já estamos amando a Lolly com muito carinho. Muitos me perguntaram: sua mãe vai querer outra cachorra?; já está com outtra?; mas já a substituiu?



Como assim substituiu? Pessoas e animais que amamos são insubstituíveis. Mas sempre achei que, graças a Deus, temos a capacidade de amar mais de uma vez na vida.


Amei meus namorados anteriores – embora de forma bem diferente do que amo o Marcelo – amo meus pais e amo meus sogros, também de forma diferente, mas amo. Já pensou que ruim seria se só pudéssemos amar uma vez? Ou uma única pessoa?



Substituir é impensável, mas amar de novo é tão bom, traz alegria e energia. É a prova de que estamos vivos. E, na minha opinião, só vale a pena viver se pudermos sempre amar e estar rodeados daqueles que nós amamos.


Adeus Kikinha! Bem vinda Lolly! A vida continua, agora com ainda mais amor em nossos corações!






PS: Essa semana fiquei sabendo que uma amiga que perdeu o avô a menos de um mês, está grávida. É a dança da vida, cheia de chegadas e despedidas!!! Parabéns casal!!!!



Tabata Pitol se emociona ao escrever alguns posts...

1 comentários:

Giovanna Rodrigues on 18 de agosto de 2009 às 14:10 disse...

Ahhhhhhhhhh, o layout novo do blog ficou lindoooooo!
E tadinha da doguinha :(
Linda essa nova
Bjs

 

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