quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Crimes por amor



Acabo de ler no UOL uma matéria dizendo que o apresentador da BBC, que contou em rede nacional que matou seu parceiro com Aids para poupá-lo de uma "dor terrível", foi preso nesta quarta-feira.

Ray Gosling, de 70 anos, contou
aos telespectadores do programa Inside Out que tinha um pacto com seu antigo parceiro de pôr fim à vida dele caso a dor da doença se tornasse insuportável e não houvesse mais esperança de tratamento. O apresentador disse que o momento chegou quando médicos comunicaram que não havia mais opções para reverter a doença.E afirmou ainda não ter remorso e ter certeza de que fez o certo. Por fim, Gosling declarou: "quando você ama alguém, é difícil vê-lo sofrer".


Ele não foi o primeiro a fazer isso. Há centenas de relatos de pais e mães que tentam matar seus filhos vítimas de sofrimentos imensos; assim como maridos e mulheres que passam pela mesma coisa; e até mesmo filhos que tomam essa decisão para sanar o sofrimento de seus pais.


E notícias como essa me deixam totalmente sem conseguir emitir uma opinião. Desde ontem estou pensando nesse caso e, sinceramente, não sei afirmar o quer eu faria. Sei que faria qualquer coisa pelo Marcelo, mas será que eu teria coragem de tirar a vida dele caso ele me pedisse? Sinceramente, acho que não.

Já vivi situações em que disse: seria capaz de matar aquela pessoa. A mais forte experiência nesse sentido foi quando o namorado da minha tia foi assaltado e minha priminha estava junto com ele no carro. Eles tinham ido ao Mc e, enquanto ele entrava no banco do motorista, após colocá-la no banco de trás do carro, uma menina entrou pela outra porta e colocou uma faca na barriga dela, ameaçando matá-la caso ele não fosse ao caixa eletrônico tirar dinheiro. Acho que ela tinha 4 ou 5 anos quando isso aconteceu, e eu fiquei desesperada. Várias vezes me questionei o que poderia ter feito caso a garota tivesse feito algo com a minha pequena. É um sentimento irracional que me faz acreditar que pessoas como os pais do pequeno Ives Yoshiaki Ota que, cara a cara com os assassinos de seu filho conseguiram perdoá-los, são seres superiores.

Mas voltando aos crimes "por amor". Não acho que o amor mate. E não acredito em crimes por amor. Não venha me falar que o Pimenta Neves matou a Sandra Gomide por amor, porque não foi. Lindenberg Alves também não matou a Eloá Pimentel porque amava ela demais. Não, não e não. Mataram porque foram egoístas, possessivos e, acima de tudo, egocentricos. Pensaram neles, em como eles se sentiriam sem elas e por isso cometeram os crimes. Não as amavam. Na minha opinião, amavam a si próprios e não queriam se ver sofrendo. (Ai como tenho vontade de fazer psicologia!)

Para mim, amor não mata. Quando você realmente ama alguém, quer vê-la feliz e ponto. E se para ela, a felicidade não é estar perto de você, você se conforma. Tive um namorado que quando terminei com ele, me disse isso. E ele estava mais do que certo. Quantas vezes tive que passar por situações que não me agradavam nem um pouco, mas com a certeza de que o Marcelo estava feliz, eu ficava tranquila?

Agora e se a felicidade da pessoa que você ama estiver na morte dela? E se ela te disser isso, o que fazer? Sinceramente admiro a coragem do Sr. Gosling e admiro ainda mais sua capacidade de cumprir o prometido ao seu parceiro. Tenho quase certeza absoluta que eu não conseguiria. E sei que é uma percepção totalmente egoísta, afinal, seja como for, eu preferiria muito ampliar a permanência dele ao meu lado.

Certa vez, li um texto sobre pessoas que deixavam de amar seus parceiros depois que eles passavam por um grave acidente. O texto defendia que essas pessoas tinham sim o direito de agir assim, afinal o pacote pelo qual elas haviam se apaixonado - e isso envolve beleza física, caráter e valores - de alguma forma mudava, e era um absurdo as demais pessoas acusar essas de insensíveis. Não estou aqui para julgar e até concordo com o argumento. Mas acho que se eu passasse por isso, ficaria ao lado dele. Aliás, independentemente do que acontecesse, se ele continuasse o cara que ele é, digno, de caráter incontestável, que me ama e cuida de mim como ninguém, certeza que eu estaria lá. E mesmo se ele se tornasse grosso e amargurado, tentaria de todo modo entendê-lo e ficar ao lado dele. Não teve padre pedindo para eu prometer, mas no meu coração, sempre será na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

Isso tudo me lembra uma foto que saiu uma vez na Veja, de uma garota que casaria com seu namorado, o príncipe de um país, que após ir para a guerra voltou todo deformado (juro, ele parecia o Slot dos Goonies) e ela afirmou que ainda o amava e queria viver ao lado dele. Infelizmente passeio horas procurando na net e não achei a foto deles junto a família real, que é realmente impressionante. Tanto essa garota, quanto o Sr. Gosling ganharam minha admiração...mas se eu fosse ele, não saberia o que fazer....e você, o que faria?

Abaixo o vídeo dele confessando o assassinato:

3 comentários:

Anônimo disse...

Q decisão difícil hein Tabata? Acho q eu não mataria pq acredito q não cabe a nós fazer isso. Para quem acredita, assim como eu, cabe a DEUS saber a hora certa de partirmos.
Já ouvi tantos casos de pessoas q estavam a beira da morte e voltaram.
Esta é minha opinião.
Beijosssssss

Anônimo disse...

Eu mataria... tenho 90% de certeza...
Se eu amasse de verdade esta pessoa e ela me pedisse isso, por amor, eu matava.
Mas prefiro não pensar nisso agora, (rsrsrs) afinal, tá difícil de achar alguém que mereça meu assassinato.
Ótimo post...

Adriele on 18 de fevereiro de 2010 às 23:40 disse...

Eu acho o cara bem zé mané. Pq me vai falar isso em rede nacional? Ficou velho e perdeu papas na língua? #comentáriosupersério

 

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