terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Congelando espermas...


Na semana passada uma notícias me fez dizer algo ao Marcelo que jamais imaginei que diria: “amor, vamos congelar os seus espermas?” 

Eu, que continuo não querendo ter filhos, me peguei dizendo essa frase ao ler que as regras da reprodução assistida mudaram. Agora, mulheres solteiras e casais gays podem fazer fertilização in vitro e agora também é permitido usar embriões, óvulos e espermatozóides congelados mesmo depois da morte do doador (desde que haja autorização em cartório).

Essa vontade de não ter filhos, por enquanto, é muito explícita para o Marcelo e para mim. Amamos os primos, o afilhado, mas não queremos ter um nosso. O motivo dessa falta de vontade é que não é muito claro. Temos os cachorros que tratamos como filhos e amamos como filhos. Damos a melhor ração, tentamos não deixar sozinhos, mimamos de tudo quanto é forma, levamos ao melhor pet, ao melhor veterinário, exatamente o que eu faria com um filho. Mas, uma criancinha, não cabe por enquanto nos nossos planos. 

Às vezes penso que não quero por preguiça. Trabalho 14 horas por dia e é inviável ter uma criança com essa carga de trabalho. Imagina se, nas 10 horas que me restam em casa, eu tiver que sar de mamar, trocar fralda, cuidar, brincar e tudo que uma criança exige e também fazer janta, lavar roupa, tirar o lixo, lavar a lavanderia, brincar com os dogs...ufaaaa, não consigo. 

Mas também já pensei em algo mais grave. Acontece que eu amo tanto meu marido, tanto, que não sinto que vá conseguir amar mas meu filho do que amo ele. Sei que é difícil metrificar o amor, mas sinto que não gostarei de ter que dar mais atenção para o bebe e não poder me dedicar 100% ao Marcelo, porque eu amo me dedica a ele. Sempre pensei assim e me achava muito esquisita até que li essa matéria da revista crescer “Amo mais meu marido do que meus filhos”, diz escritora britânica  Ok, continuo me sentindo esquisita, mas pelo menos sei que não estou sozinha no mundo. 

E, refletindo, já sei que foi esse amor que me fez pedir para que ele congelasse os espermas. Não consigo me imaginar sem o Marcelo, e se, Deus me livre, ele for antes de mim, acho que ia querer ter tido um filho dele, um pedacinho dele comigo. Na vida temos que tomar decisões que afetam todo o nosso futuro, mas parece que, cada vez mais, a medicina cria formas de voltarmos atrás. Infelizmente, os custos do congelamento de sêmem é muito alto para nós, portanto, continuaremos nos próximos anos vivendo o dilema: filhos, tê-los ou não tê-los? 

Ah, aqui tem uma matéria ótima da minha querida chefinha, Patrícia Alves, fez sobre os custos da reprodução assistida. Vejam: http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=2019627&path=/suasfinancas/

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