quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Hora de mudar


 Trabalho com finanças e investimentos. Sou editora de uma revista desse assunto. E uma das regras desse universo é: não invista em ações um dinheiro que você vai precisar no curto prazo. Marcelo trabalha no mesmo ramo, e também conhece essa regra. Agora eu pergunto: quem somos nós para acharmos que sabemos se vamos ou não precisar do dinheiro no curto prazo? Marcelo e eu tínhamos certeza que não precisaríamos do pouco dinheiro alocado em OGX. Mas, fato é, que agora precisamos. Nós também nunca pensamos que sairíamos do ap que nos abrigou nos primeiros anos de nosso casório. E adivinhem? Vamos nos mudar!

Contrariando qualquer plano ou sonho que tivemos nos últimos anos, compramos um ap. Nunca havíamos cogitado essa possibilidade. Tínhamos um ap bacana dado pela tia dele e, no máximo, imaginávamos comprar uma casa no interior, com um grande gramado, para os cachorros poderem correr. Mas isso era para quando tivessemos nossos 60 anos.

E digo mais: as pessoas (nós) que NUNCA financiaram nada, nada, nada, acabam de assumir uma dívida de vinte e cinco anos.

Eu ainda não sei explicar a sensação. Olho para o velho ap, onde devo ficar mais uns 6 meses, e vou sentindo um aperto. Lembro da gente pintando as paredes, trocando os espelhinhos de luz, escolhendo as cores (totalmente erradas) dos ambiente, comprando os móveis e os itens de decoração. O peixe que morreu...os dogs que chegaram...foram tantas presepadas e momentos felizes naquele ap que vai dando um aperto.

Mas aí eu penso no sol batendo na janela, na sacada onde vou poder ler, na churrasqueira para comer com os amigos, na trilha para passear com os dogs, na sala grandona onde eles poderão correr, e me dá tanta alegria - e tanta ansiedade. Penso que os banheiros não terão janelas e não me importo; penso que o quarto (e todo o resto tirando a sala) serão bem menores e nem ligo, lembro que na lavanderia não caberá um lençol - sendo que na de hoje posso estender uns 8 - e ao invés de ficar triste, lembro da bela lava e seca novinha que me espera embaladinha no escritório. Até quando penso que só acabarei de pagar a dívida quando estiver com 57 anos, QUASE UMA SEXAGENÁRIA, eu ainda sorrio.

Sempre tive muito medo: desde pequenininha fazia terapia porque não dormia, com medo que meus pais morressem. Cresci e os medos mudaram. Entendi que, se a natureza seguir sua vida, eles provavelmente vão morrer antes de mim. Foi aqui que passei a ter outros medo. Medo de eu mesma morrer (na época da síndrome do pânico) e os medos mais persistentes: o de perder o emprego (esse constante) e o do Marcelo não gostar mais de mim.

Quando completei 18 anos, meu pai quis que eu comprasse um Celta, em um plano bacana que a GM estava fazendo para funcionários, para pagar em 36 meses. Não topei. Tinha medo de perder o emprego e não conseguir pagar. Para sair em lua-de-mel foram precisos 5 anos de casada - tempo de economia e alguns sacrifícios - para só então ter condições de ir à Itália sem parcelar nada. Meso de perder o emprego, e não conseguir arcar com as despesas. Quis o destino que, para dar um passo a favor de um desses medos, o de contruir um futuro ainda mais sólido ao lado do meu marido, em um ap do jeitinho que a gentre não sonhou, mas se apaixonou, eu tivesse que enfrentar o medo do emprego. E quer saber: ser corajosa, às vezes é bem divertido! :)


1 comentários:

Cíntia A. S. Sevaux on 5 de setembro de 2012 às 20:16 disse...

Olá Tábata!!Parabéns para vcs pela excelente conquista!!!
Mudar é bom... eu já mudei 3 vezes em menos de dois anos de casada...rsrsrs Sempre para o que foi melhor para nós... e estamos muito felizes...
aproveite bem a casa nova...e construa novas lembranças...bjinhos...

 

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