quinta-feira, 22 de março de 2012

Veneza: um dia volto para ficar!



Nunca na vida quis morar fora do País. Nem da casa dos meus pais eu quis sair. Quer dizer, quando conheci o Marcelo a vontade de morar com ele foi instantânea, mas nunca fui uma jovem sonhando com os 18 anos para sair de casa. Também nunca fui uma adolescente que sonhava em fazer um intercâmbio de um ano nos EUA, no Canadá ou na Nova Zelândia. Até que cheguei a Veneza.

Agora pouco estava lendo o texto de um jornalista chamado José Antônio Zulian  e o que ele escreveu, é exatamente o que senti: Quando eu cheguei a Veneza não senti arrepios, calafrios, emoções incontidas. O meu corpo foi tomado por uma tranqüilidade, por uma paz e uma alegria tão naturais que não demorou um segundo para eu perceber: aqui é o meu lugar.

Ok, não estou falando que tenho certeza que quero viver e morrer ali. Até porque o Marcelo não se sentiu tão pertencente a Veneza quanto eu e, obviamente, meu lugar no mundo não é um lugar que não seja o lugar da pessoa que mais amo na vida...deu para entender?

Mas o que sei é que quero morar ali. Quero, por pelo menos um tempo, seis meses que sejam, preencher minhas correspondências e compras do Submarino com um endereço assim Castello 3267 - Calle dei Furlani - Veneza, Itália. Ta, não farei compras no Submarino estando lá, mas não conheço nenhuma loja virtual italiana. Ainda!

Quando falo com alguém da minha vontade de morar lá, todo mundo me pergunta: foi o lugar da Itália que você mais gostou? E a resposta é não. Não que não gostei, of course, mas é difícil dizer qual mais gostei. Arriscaria que foi a Piazza Reppublica em Firenze, porque foi lá, após uma tarde inteira linda, fortemente alaranjada, apenas sentada, vendo o carrossel girar, as pessoas passando, a música tocando e segurando firme na mão do Marcelo que eu chorei de felicidade. Algo que eu não fazia provavelmente desde o meu casamento, o dia mais importante da minha vida. Eu disse importante e não feliz, porque me recuso a nomear um dia como o mais feliz da minha vida...isso significaria que nenhum outro seria tão feliz não é? Graças a Deus tenho muitos dias incrivelmente felizes.

Mas voltando a Veneza - que é o que quero fazer em breve – tenho certeza que essa vontade de morar lá não é empolgação momentânea. Primeiro porque, como eu disse, não foi o lugar que mais me encantou e segundo porque já faz 6 meses que voltei de lá. Qualquer empolgação momentânea teria passado nesse meio tempo. Além disso, olhando as fotos que tirei ao longo da viagem, uma coisa me chamou a atenção e me fez perceber o quanto eu quis viver aquele lugar, ao invés de apenas vê-lo. Foram mais de 3 mil fotos no total e apenas uma centena de Veneza. Ou seja, eu não quis fotografar. O tempo que eu estive lá, quis sentir. Para se ter ideia, não tem uma foto da minha lembrança mais marcante: uma senhora jogando a bolinha para seu cachorro, em plena segunda-feira, às 11h da manhã. Aquilo me tocou tanto. Ficamos mais de 20 minutos vendo aquela cena, e não há uma foto.

Veneza me tocou pela paz. Uma cidade sem carros. Não adianta pressa: ou se vai a pé, ou de vaporetto. E o bichinho demora. É como se fosse um ônibus, com muitas paradas, na velocidade de um barco, pouco potente. Quer andar com ele, tem que esperar. Ok, existem os barco-taxis, mas aquilo é para emergências. E tem as gôndolas, mas isso é turismo né gente?

Enfim, tenho certeza que passarei um tempo lá. Quero morar longe da Piazza San Marco, mas sempre saberei que se quiser me encantar com uma praça que se transforma em uma romântica pista de dança a noite, ela estará ao meu alcance.  Quero trabalhar em um mercadinho de frutas, que fecha às 14h e reabre às 16h. Quero jogar bolinhas para o Théo e o Lino a tarde, ambos sem coleira, correndo por aquelas pequenas praças. E quero pedalar com o Marcelo, andar de mãos dadas, comer canolos,despreocupadamente. Ganhando apenas o necessário para viver sem muitos luxos. Quero a paz e a alegria daquele lugar. Já pensei em fazer meu período sabático lá, mas não quero ficar sem fazer nada. Quero trabalhar lá, como uma verdadeira veneziana. No mais, sei que depois dessa experiência minha vida nunca mais será a mesma, prioridades e desejos vão mudar e eu, sinceramente, não vou me importar! :)

Abaixo fotos de Veneza, e da tarde que chorei em Firenze! 












2 comentários:

Nelson Sheep on 26 de março de 2012 às 14:23 disse...

Own!

Cíntia A. S. Sevaux on 4 de maio de 2012 às 10:48 disse...

Olá Tabata!Que sonho de viagem...cenas lindas... conheço uma moça que acabou de voltar da Itália e teve impressões semelhantes...um lugar inspirador, com certeza...
é bom te ver de volta... bjinhos!!!

 

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